Olá!

O Aprender é Divertido começou a partir da minha própria reabilitação, no ano de 2012. Então, senta que lá vem a história!

Em 2012, sofri um acidente vascular cerebral do tipo hemorrágico (AVCh). Um dos coágulos que estourou, presume-se que estava localizado em uma zona central que, quando irradiou, tenha atingido algumas funções desempenhadas pelo cerebelo, ponte, área de broca e mesencéfalo.

Cerca de 10 dias depois apresentei um quadro de embolia pulmonar, tive três paradas cardiorrespiratórias, sendo que na segunda fiquei cerca de dois minutos sem sinais vitais. Depois de 42 dias internada, entre coma induzido e os primeiros cuidados da reabilitação, recebi alta e me vi em um novo cenário, cheio de desafios. O primeiro deles, voltar a uma vida com um pouco de independência, o que me levou a aprender a fazer tudo de novo. Desde segurar uma colher, pentear os cabelos, escovar os dentes, tomar banho, inclusive andar e respirar ao mesmo tempo. Minha coordenação motora do lado direito, ficou bastante comprometida e apresentava bastante espasmos ao segurar qualquer objeto com a mão direita. Então, com a ajuda de amigos e familiares, dividi minha rotina entre medicamentos, médicos, sessões de fisioterapias e muito, muito estudo sobre acidente vascular cerebral em crianças e pessoas jovens. Li desde artigos científicos, participei de fóruns de discussão, li depoimentos de pacientes e médicos, vi vídeos e estudo de casos sobre quem esteve no mesmo quadro clínico que eu e tinha superado. Porque eu sempre acreditei que podemos tudo, inclusive o que os outros julgam impossível. Aprendi a escrever com a mão esquerda, enquanto reabilitava a direita, quando consegui escrever uma redação em 50 minutos, decidi que era hora de fazer vestibular. Passei, mas me vi dentro de um outro paradigma das sequelas do AVC que, desde então, não me incomodava muito. As constantes falhas de memória e a dificuldade em firmar os novos conceitos eram um novo obstáculo a ser vencido.

Foi nesta época, na faculdade e buscando resolver meu novo desafio, que conheci os materiais de Piaget, Montessori, Vygostski, Wallon, Paulo Freire, Jorge Visca, Simaia Sampaio, Helder Maia e muitos outros autores me fizeram companhia durante as minhas noites insones, quando meu cérebro estava em uma luta constante para se reorganizar através da neuroplasticidade.

Desde então, as teorias da psicologia da educação, a neuroeducação, a psicologia das cores e todo o leque de conhecimento científico que passou a fazer parte do meu dia-a-dia tornaram-se base do Aprender é Divertido, pois descobrir o prazer em aprender e reaprender foi um fator determinante para todas as etapas da minha reabilitação. Em 2016 uma criança com encefalopatia não progressiva, popularmente conhecido como paralisia cerebral, cruzou meu caminho e, com ela, descobri que minha missão é dividir a experiência do meu processo de reabilitação. E, desde então, trabalho com atendimento educacional especializado e vê-los superar suas dificuldades é a minha maior recompensa! Prazer, sou Daniele de Sousa Cavalcante e renasço todos os dias!

Seja bem vindo ao Aprender é Divertido.